domingo, 28 de dezembro de 2008

Desejos - Maria Inês Dolci

Li no Jornal A Folha de São Paulo, do dia 27/12/08, no caderno vitrine, a coluna de Maria Inês Dolci e resolvi transcrevê-la quase na íntegra, com o intuito de retransmitir a mensagem:

"Para um 2009 mais feliz

1. Provedores de acesso à internet por banda larga nos ofereçam um serviço decente, previsível e com pouquíssimas falhas. Ou seja, o contrário do que fizeram até agora;
2. As operadoras de TV por assinatura também decidam melhorar seu desempenho, começando por respeitar e atender com respeito seus clientes;
3. Os brasileiros tenham mais renda do que crédito, para aumentar o poder aquisitivo consistentemente, em lugar de simplesmente se endividar;
4. A maldita fidelização por barreiras (a imposição de dificuldades para interromper um serviço que não mais nos satisfaça) seja substituída pelo respeito ao consumidor;
5. Comerciantes e prestadores de serviços não façam distinção de qualquer espécie no relacionamento com clientes, pois todos somos importantes e merecemos respeito como cidadãos;
6. Nunca mais sejamos ludibriados, enrolados e enganados nos serviços de atendimento ao cliente;
7. A Anatel se lembre, ao menos de vez em quando, de que não foi criada somente para beneficiar as empresas do ramo;
8. Seja estabelecida uma efetiva concorrência no transporte aéreo de passageiros e que a Anac também atue em prol dos consumidores;
9. Os cidadãos punam, não comprando seus produtos e nem contratando seus serviços, os empresários que poluem o meio ambiente, que tratam mal seus colaboradores, que demitem preventivamente seus empregados, que sonegam impostos e que desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor;
10. Os pilantras sejam varridos do comércio virtual, com ação pronta e eficaz das autoridades da área de segurança pública;
11. A tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física continue sendo corrigida, pelo valor total da inflação do período;
12. Os criadores de impostos, taxas e contribuições sejam banidos da vida pública, condenados ao ostracismo;
13. A ética, o trabalho, a responsabilidade e a consciência limpa sejam a marca de todas as nossas relações, inclusive na vida pública;
14. Não se repitam tragédias como a provocada pelas enchentes em Santa Catarina, com um sério trabalho de prevenção às conseqüências desse tipo de catastrofe;
15. Que os mais velhos não sejam expulsos pelos preços dos planos de saúde."

domingo, 21 de dezembro de 2008

O mundo de Sofia

Recentemente fiquei sabendo que o livro "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder,  se tornou uma minissérie, e está disponível na internet através do link do título e também em DVD duplo. São quatro capítulos de aproximadamente 45 minutos. 
O livro vendeu mais de 20 milhões de exemplares ao redor do mundo e foi traduzido para mais de 40 idiomas. Para quem ainda não sabe, a história é a seguinte: Às vésperas de completar 15 anos, Sofia Amundsen recebe mensagens anônimas com perguntas intrigantes, como "quem é você?" e "de onde vem o mundo?". A partir dessas mensagens, ela se torna aluna do misterioso Alberto Knox, que a acompanha em uma fascinante jornada pela história da Filosofia, de Sócrates até os dias de hoje, passando pela Idade Média, o Iluminismo, a Revolução Francesa e a Revolução Russa. Como o livro no qual se baseia, a minissérie O Mundo de Sofia é uma introdução inteligente e divertida à história da Filosofia, recomendada a todos que têm paixão pelo conhecimento.
Espero que as pessoas que vejam a minissérie e ainda não leram o livro, façam este prazeroso esforço da leitura. Hoje em dia, as pessoas assitem muito mais filmes e minisséries do que lêem livros. Nada contra o filmes e minisséries, mas em comparação de conteúdo com os livros, a grande maioria dos filmes e minisséries ficam a anos-luz de distância.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Brasil que Queremos Ser (5/5)

Continuação das 40 propostas - www.veja40anos.com.br.

Megacidades
33 Eliminar as favelas da paisagemNas cidades do país, 12,3 milhões de pessoas vivem em casebres, a maioria deles em situação irregular. Se nada for feito, em 2020 haverá 55 milhões de favelados – praticamente uma Itália – no Brasil. É preciso revogar a negligência e o populismo que permitem o surgimento de favelas. No caso das já existentes, eliminar as que estão em área de risco ou proteção ambiental. Conferir títulos de propriedade é um primeiro passo para a urbanização dessas chagas das grandes cidades.
34 Superprefeitos para as regiões metropolitanasOs prefeitos das cidades que fazem parte de uma região metropolitana são como condôminos que jamais se reúnem para discutir os problemas do prédio onde moram. São Paulo é um exemplo dramático. A prefeitura não consegue limpar o Tietê porque Guarulhos não tem rede de esgoto tratado e despeja imundície no rio. Um superprefeito seria como um síndico eficiente. Com perfil técnico, poderia coordenar o uso da água, o saneamento, o destino do lixo, a unificação do transporte entre cidades. Quem escolheria o superprefeito? O governador do estado.
35 Combater o tráfico de drogas com realismoO tráfico de drogas é o principal responsável pela criminalidade no Brasil. No Rio de Janeiro, os barões da cocaína controlam 300 das 752 favelas. Não é possível extirpar a droga do cotidiano urbano, mas dá para diminuir as taxas de violência associadas a ela. Para tanto, urge eliminar o caráter territorial do tráfico brasileiro. É pelo controle de áreas geográficas, nas quais também exploram outros serviços tão lucrativos quanto ilegais, que os bandos se digladiam. Há mais cocaína em Nova York do que no Rio, mas lá os traficantes não têm feudos a defender ou tomar. Circulam para vender o seu único produto.
36 Planejar o crescimento As cidades médias, com população entre 100 000 e 500 000 habitantes, são as que mais crescem no Brasil. Como resolver um problema urbano custa 100 vezes mais do que preveni-lo, é óbvio o ganho em se planejar a expansão dessas cidades. As prefeituras devem estabelecer regras férreas sobre o que pode ou não ser feito em termos de ocupação do solo, tendo em vista o futuro almejado para seus municípios.
37 Tirar a majestade do carro No Primeiro Mundo, progresso é transporte coletivo de qualidade e restrição severa à circulação de carros, por meio de medidas como rodízio e pedágio. O Brasil está na contramão, porque suas cidades continuam a reduzir o espaço para pedestres, a ampliar as vias para automóveis particulares e a tratar o transporte público com descaso. São Paulo, onde já rodam mais de 6,1 milhões de carros, pode parar de vez em 2015.
38 Organizar o transporte coletivo O Brasil é o lugar em que eufemismos viram solução de governo. É o caso do chamado transporte alternativo. A palavra correta é "ilegal". No Rio de Janeiro, a bandalha já superou os serviços regulares. Circulam na cidade 7 500 ônibus de empresas formais e 8 000 vans ilegais. Estabelecer um sistema integrado de transporte é a melhor forma de evitar a invasão de perueiros e assemelhados.
39 Conferir aos ônibus o padrão de metrôNos pontos de ônibus londrinos e parisienses há luminosos que informam em quanto tempo chegará o próximo carro de cada linha. A margem de erro é muito pequena, mesmo no horário do rush. É a prova de que o serviço de ônibus pode ser pontual, rápido e guardar intervalos curtos entre as partidas. Para seguirem o exemplo, as cidades brasileiras precisam criar corredores exclusivos.
40 Não se intimidar com os desafiosQuando se fala em problemas urbanos, surgem cifras que, não raro, paralisam as administrações e os cidadãos. Mas sempre é possível encontrar soluções baratas. Curitiba tornou-se referência de transporte público sem gastos excessivos. Também se deve levar em conta que parte dos custos embute a corrupção. São Paulo e Cidade do México começaram a construir metrô no mesmo período. A primeira conta, hoje, com 60 quilômetros de linhas. A segunda, com 200. O quilômetro escavado paulistano custa 500 milhões de reais. O mexicano, 90 milhões. E olhe que a Cidade do México enfrenta terremotos...

O Brasil que Queremos Ser (4/5)

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Liberdade de expressão
28 Acabar com a Lei de ImprensaA Lei de Imprensa foi aprovada em 1967 – plena ditadura militar. Seu objetivo era intimidar jornalistas e meios de comunicação. Numa democracia, uma lei como essa não faz sentido. Há dispositivos suficientes na Constituição e nos códigos Civil e Penal para coibir abusos nos jornais e revistas. Mas seria recomendável a criação de uma lei sucinta para delimitar o valor das ações de direito de resposta e de dano moral. Isso daria segurança jurídica aos jornalistas e às empresas que mantêm um dos pilares da democracia: a liberdade de informação.
Democracia, raça e pobreza
29 Profissionalizar a gestão públicaA palavra burocracia nasceu com sentido positivo: um estamento dedicado à organização ágil e racional. Com o tempo a burocracia passou a ser um fim em si mesma. O público que se dane. Em estados brasileiros como São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal, a burocracia começa a retomar seu sentido original. Para isso foram adotados modelos empresariais, como a orientação para resultados, a flexibilidade e a recompensa do mérito. Quando a prática se espalhar e chegar a Brasília, será o caso de comemorar um novo descobrimento do Brasil.
30 Recriar o federalismoCom a Constituição de 1988, o governo federal passou a concentrar a receita dos impostos, e com isso usurpou uma parte do poder de estados e municípios para decidir onde investir dinheiro. Reverter esse processo daria ao governo federal o papel de coordenador e aos estados e municípios maior autonomia para atender às necessidades dos cidadãos. Pois o fato é que ninguém vive nesse espaço abstrato chamado "União".
31 Fiscalizar os programas sociais Uma pesquisa do iBase com brasileiros no Bolsa Família mostra que 64% dos próprios beneficiários excluiriam todos aqueles que se recusassem a cumprir as poucas exigências do programa – a mais importante delas é manter o filho na escola. O mesmo estudo revela que o governo é leniente e falha ao vigiar o cumprimento das exigências. Dar dinheiro é entregar o peixe. Cobrar a contrapartida é ensinar a pescar.
32 Inserir os pobres no mercado de trabalhoA melhor coisa que programas assistencialistas podem fazer por um miserável é transformá-lo num trabalhador capaz de prover as próprias necessidades. Dar qualificação profissional a quem nunca a teve, ou criar programas de microcrédito, que transformam excluídos em pequenos empreendedores, é mais que um paliativo. É uma cura real da pobreza.

O Brasil que Queremos Ser (3/5)

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Economia
18 Reforma da Previdência já O custo da Previdência é um dos principais motivos pelos quais o Brasil lidera o ranking mundial de juros reais e tem uma carga tributária de 36% da riqueza produzida pelo país. Ele consome 12% do PIB. Nenhum país emergente consegue crescer de forma acelerada com tamanho peso nas costas. A China e o Chile gastam 3%. A Colômbia, apenas 1%. Se a despesa previdenciária brasileira fosse de 6%, o país economizaria 180 bilhões de reais ao ano. Com esse dinheiro, as pessoas e empresas pagariam 17% a menos de impostos, com melhoria de qualidade de vida para todos
19 Criar um teto para os gastos públicos De todos os agentes econômicos, quem gasta pior é justamente aquele que não produz nenhuma riqueza: o governo. No Brasil, os gastos do governo federal crescem, em termos reais, duas vezes mais rápido do que a economia. Dentro de quinze anos os impostos vão equivaler à metade de toda a riqueza que o país produz. É ruinoso? Sim. Reversível? Só por força superior. O aumento real do gasto público brasileiro deveria ser limitado por emenda constitucional ao teto de 1% ao ano.
20 Um Banco Central independente Se o Banco Central brasileiro tivesse a independência assegurada por lei, à taxa real de juros cairia imediatamente até 3 pontos porcentuais – de 7% para 4% ao ano. O crescimento do país saltaria dos atuais 5% para 7% ao ano. É preciso outra justificativa?
21 Aplicar a lei de responsabilidade fiscal ao governo federalEssa lei revolucionou o controle das contas públicas. Com ela, os estados e municípios foram obrigados a reduzir sua necessidade de financiamento em 20% desde 2001. Imune a ela, a União fez o movimento inverso e aumentou seu déficit em 79% no mesmo período.
22 Modernizar as leis trabalhistasAo lado de Zimbábue e Zâmbia, o Brasil ocupa a 119ª posição no ranking mundial de adequação das leis trabalhistas. Por isso, metade dos brasileiros tem ocupação informal. Uma mudança radical que extirpasse os arcaísmos custosos e corporativistas incentivaria a contratação formal com conseqüências saneadoras na Previdência (mais gente contribuindo), positivas na carga fiscal (mais gente pagando menos) e redentoras para o ambiente de negócios.
23 Tornar as agências reguladoras menos vulneráveis ao loteamento políticoA certeza do cumprimento de contratos é uma das condições definidoras de um país moderno, ao lado do direito de propriedade e do ambiente de negócios. E como garantir que os governos preservem seus contratos? O mecanismo clássico, adotado e aprovado nas melhores economias, são agências reguladoras equipadas e protegidas contra a ingerência política. No Brasil há agências reguladoras, mas elas estão longe de ser imunes às pressões políticas.
24 Garantir a concorrência na exploração do pré-salDesde o século XVI a humanidade sabe que os recursos naturais não levam, necessariamente, ao progresso econômico e social. Isso foi aprendido com sangue no ciclo de exploração da prata e do ouro na América Latina. Foi reafirmado pelos diamantes da África subsaariana e agora o petróleo da Venezuela. É a maneira de explorar esses recursos que produz conhecimento e bem-estar. Só se obtém riqueza efetiva quando os recursos naturais são explorados de forma transparente e competitiva.
25 Poupar os dólares do petróleoA humanidade vai um dia encontrar um substituto para esse líquido escuro e pegajoso. Enquanto isso não ocorre, é crucial utilizar as reservas com sabedoria. Se todo o potencial dos depósitos de petróleo na chamada camada pré-sal do litoral brasileiro for confirmado, o Brasil pode vir a se transformar em um grande exportador de petróleo. O que fazer com os dólares obtidos? A opção mais racional é o depósito dos lucros do petróleo em um fundo externo, gastando-se apenas parte dos rendimentos. Isso preservaria a riqueza para as gerações futuras e impediria pressões cambiais e inflacionárias desestabilizadoras.
26 Privatizar a gestão hospitalarHospitais administrados pelo estado são menos eficientes e tratam pior seus pacientes. No estado de São Paulo, a taxa de mortalidade em hospitais geridos diretamente pelo governo é de 5,3 em cada 1 000 pacientes e o custo de cada internação é de 400 reais por dia. Em 25 hospitais terceirizados no mesmo estado, a taxa de mortalidade cai para 3,3 por 1 000 pacientes e o gasto por internação, para 360 reais. Essas e outras estatísticas a favor da privatização da gestão da saúde são absolutamente convincentes.
27 Privatizar a infra-estruturaNão fosse pela infra-estrutura caótica, hoje majoritariamente nas mãos do governo, o Brasil poderia contar com 250 bilhões de reais a mais no PIB – um valor equivalente ao PIB do Chile.

O Brasil que Queremos Ser (2/5)

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Ambiente
9 Dobrar o saneamento básico em dez anosMenos de 50% dos domicílios brasileiros são ligados à rede de esgotos. Destes, apenas 35% recebem tratamento. O restante é despejado diretamente em rios, córregos e lagos. O Brasil ainda é africano nessa área. O ministro Carlos Minc estima que tratar 70% dos esgotos até 2018 custaria 12 bilhões de reais por ano. O custo é elevado? Não em vista dos benefícios. Entregar a tarefa à iniciativa privada, por meio de concessões, é uma saída.
10 Transformar pastos em áreas produtivasO avanço da fronteira do boi e da soja derruba oito de cada dez árvores das florestas de clima da Amazônia. Para deter esse avanço é vital ocupar áreas já desmatadas. Cerca de 16 milhões de hectares de áreas de pasto estão abandonados na Amazônia. Com sua recuperação e uso, a produção de grãos pode crescer 30% na região sem exigir a derrubada de uma única árvore. Recuperar custa o dobro do que simplesmente desmatar. Subsidiar a recuperação de áreas degradadas é a abordagem econômica mais racional.
11 Premiar prefeituras pela preservação ambientalA degradação ambiental tem maior impacto sobre a qualidade de vida dos habitantes das cidades do que para o morador de um grotão isolado na floresta. Por essa razão, iniciativas locais de preservação são mais impactantes. É exemplar o sucesso do programa ICMS Verde, adotado no Paraná para premiar municípios com desempenho acima da média no tratamento de lixo e na conservação de bacias hidrográficas. A área preservada no estado cresceu doze vezes nos últimos dez anos.
12 Unificar as leis ambientaisO Brasil tem mais de trinta leis ambientais federais. Combinadas às regras estaduais e municipais essas leis deixam apenas 30% do território livre para a ocupação econômica. Como não temos 70% do território ocupado por paraísos ecológicos, fica óbvio o exagero das restrições. O emaranhado legal provoca insegurança jurídica, dificulta a fiscalização e cria oportunidades para a corrupção. Leis mais simples são, sempre, mais eficientes.
13 Dar independência financeira aos parques ecológicosOs 63 parques nacionais ocupam uma área de 24,1 milhões de hectares, o equivalente ao território do estado de São Paulo. Em comum, têm o fato de ser mal administrados – são apenas 348 funcionários para cuidar de todos. Eles falham na missão preservacionista e, quando abertos à visitação, oferecem serviços precários. São como os cofres públicos para os corruptos: uma riqueza a ser apropriada pelo mais esperto. Os Estados Unidos têm oitenta vezes mais visitas pagas em seus parques. É hora de valorizar os nossos, protegê-los e mantê-los com o dinheiro arrecadado dos visitantes.
14 Criar um plano nacional de zoneamento econômico-ecológicoO governo paga aventureiros para derrubar a floresta amazônica, dando-lhes crédito destinado à atividade agrícola. Isso não se faz por maldade, mas por ignorância sobre quais são as áreas aráveis do território nacional e quais são as preserváveis. Ninguém sabe ao certo onde começa uma e acaba a outra. Muitos debates gastam horas apontando a mesma área no mapa e enxergando nela solos diferentes. O zoneamento agroclimático é ferramenta vital para planejar o desenvolvimento sustentável.
15 Tornar mais vantajoso manter uma árvore de pé do que cortá-laDez milhões de moradores da Amazônia Legal dependem da atividade extrativista ou agropecuária. Para eles, discurso e consciência ecológica não funcionam. Eles precisam de medidas que tornem mais vantajoso preservar do que destruir. O governo da Costa Rica remunera proprietários que conservam as matas nativas em suas terras. Um estudo mostra que, em Mato Grosso, dar 1 000 reais ao ano por hectare preservado seria estímulo suficiente para conter a devastação. É quase de graça.
16 Investir em fontes renováveis de energiaNos próximos dez anos o Brasil precisará acrescentar produção equivalente à de três usinas de Itaipu para suprir sua necessidade de energia elétrica. O sol e os ventos abundantes no país podem oferecer parte da solução. O potencial da produção de energia eólica é estimado em dez Itaipus. A incidência solar no Brasil é o dobro da registrada na Alemanha, um dos países que mais investem nessa fonte renovável de energia elétrica.
17 Não desperdiçar energiaPara cada dólar produzido pela economia, o Brasil precisa de 40% mais de energia do que os Estados Unidos e 70% mais do que a Alemanha. Isso se deve menos ao custo de geração do que ao desperdício. O Brasil perde 16,5% de toda a energia elétrica produzida. É quase uma Itaipu que se joga fora a cada ano. Para tornar mais eficiente o aproveitamento da energia, seria preciso investir em duas frentes: programas de conscientização dos consumidores e a busca de processos industriais e equipamentos mais econômicos.

O Brasil que Queremos Ser (1/5)

Algo está sendo pensado, apesar da má vontade de alguns.

A revista VEJA reuniu 500 personalidades da política, da economia e da cultura para pensar o Brasil. O debate deu origem às 40 propostas, a partir do seminário "O Brasil que Queremos Ser", que se dividiu em seis painéis: Educação, Meio Ambiente, Economia, Imprensa, Democracia, Raça e Pobreza e Megacidades.

As propostas descritas nesta reportagem resumem as melhores sugestões produzidas no seminário e adiantadas nos discursos do dia.

Melhores momentos podem ser vistos no site www.veja40anos.com.br

A revista vai conferir periodicamente, por meio de reportagens e entrevistas, o grau de aceitação de cada uma das 40 propostas, submetendo-as a um teste de realidade, avaliando sua viabilidade e progresso – e, quem sabe, dando como efetivamente implantadas algumas delas.

Educação
1 Choque de meritocracia na educaçãoMérito é premiar com promoção e aumento de salário os professores que formam mais alunos capazes de atingir boa colocação em disputas acadêmicas internacionais. O conceito é desconhecido no Brasil. Aqui quase sempre o professor recebe aumento de salário por tempo de serviço. Na ausência de outros fatores e só com a aplicação de um choque de meritocracia, o desempenho dos alunos brasileiros em matemática ficaria entre os 43 melhores do mundo, ombreando com o de Israel e Itália, e não, como é agora, em 53º lugar, ao lado do Quirguistão.
2 Convencer os pais de que eles são parte da escolaPais educam. Escolas ensinam. Esse provérbio caducou. As pesquisas mostram que, além de um bom professor, nada melhora mais o desempenho escolar do que o envolvimento dos pais no processo educacional. É uma guerra cultural que pode ser vencida com as armas certas: a Internet (os pais podem até acompanhar algumas aulas) e os cursos para pais.
3 Ampliar a rede de ensino técnico superiorO ensino de geografia, ciências sociais e outras áreas de humanas conta pouco. O fator decisivo para o progresso material está no ensino da matemática, das engenharias e da física aplicada. Apenas 8% dos jovens brasileiros se formam em algum curso superior dessas áreas – contra 18% nos países avançados. A saída é popularizar as faculdades técnicas. Nelas, em dois anos, o jovem obtém um diploma de ensino superior e tem lugar garantido no mercado de trabalho. Foi um sucesso na Coréia do Sul, que, assim, colocou um diploma e um emprego nas mãos de 80% dos jovens.
4 Fomentar a competição entre as universidadesNenhuma universidade brasileira figura entre as 100 melhores do mundo. Não é surpresa. Elas não têm incentivo para isso. As 100 melhores do mundo lutam para sê-lo para obter financiamento. Aqui, com ou sem desempenho, as verbas públicas chegam religiosamente. Melhorar para quê?
5 Financiar os melhores pesquisadoresApenas duas de cada 1 000 patentes registradas no mundo são brasileiras. Falta incentivo. O pesquisador brasileiro que registra patentes ganha, em geral, a mesma verba de quem não registra nenhuma. A tendência mundial é dar mais aos pesquisadores que produzem mais conhecimento original e valioso.
6 Criar currículos obrigatórios para a educação básicaUm ponto em comum entre os dez países de maior sucesso educacional, social e material do mundo é a existência de um currículo obrigatório na educação básica. Sem um currículo com metas acadêmicas bem definidas, nenhum país progride. Na maior parte do Brasil, não há esse currículo.
7 Investir na formação dos professores e de quem forma os professoresA cadeia do ensino tradicional tem alunos, professores, diretores e pedagogos. Falta uma categoria: a dos profissionais que ensinam os professores como ensinar. Apenas 20% das disciplinas nas faculdades de pedagogia se dedicam às metodologias de ensino, mostra um estudo da revista Nova Escola/Fundação Carlos Chagas.
8 Mais pesquisa ambiental no BrasilTanto a Amazônia como as áreas de proteção ambiental no Brasil recebem pouquíssimos pesquisadores. Apesar de ocupar cerca da metade do território nacional e ser o cenário da maior biodiversidade do planeta, a Amazônia concentra apenas 5% dos pesquisadores brasileiros. Significa que há um cientista para cada 4 000 quilômetros quadrados. Apenas 10% das espécies da região estão catalogadas. Só com conhecimento profundo dos biomas brasileiros será possível criar estratégias mais eficazes para a preservação daqueles tesouros naturais.

domingo, 31 de agosto de 2008

Bienal do Livro - 2008

Visitei a Bienal do Livro no penúltimo dia no Anhembi e para minha surpresa estava cheia.
O bom é que pude encontrar um público heterogêneo que aparentemente gosta de ler. Como tinha lido em jornais e pela Internet, tinha muita coisa direcionada as crianças, o que já é um bom sinal, porque muitos pais que levam seus filhos ou possuem o costume de ler, ou pelo menos vão pensar a respeito e irão criar o hábito de ler e exercitar o cérebro um pouco.
Realmente tinha livro para todos os bolsos e todos os gostos. Poderia conseguir alguns descontos razoáveis em algumas editoras ou lojas.
Espero que os visitantes tenham comprado livros que agreguem valor, e depois comecem a disseminar o conhecimento de uma forma que agregue valor a vida de todos.
Para quem possui criança é quase uma obrigação fazer uma visita, e para quem não tem como é o meu caso é uma visita para relembrar que o conhecimento é para todos e deve ser utilizado de forma ética.
Para finalizar, comprei apenas três livros, mas o que é maior do que a média de livros que um brasileiro lê por ano (como nossa vontade de conhecimento na "média" é medíocre). Comprei um livro sobre IA (Inteligência Artificial) para leigos, um livro de filosofia da Márcia Tiburi, porque pensar é preciso e comprei um livro sobre Umbanda. Apesar de ser Ateu, meus horizontes são infinitos, ou seja, não existem muros para quem quer ir além do óbvio.
Agora, pegue um livro e vai saboreá-lo.

domingo, 29 de junho de 2008

Erik, o Vermelho

Erik, o Vermelho (também conhecido como Erik, o Ruivo, ou Eric), foi um dos famosos Vikings da história, talvez o mais famoso. Ele nasceu por volta de 940, na atual Noruega, no entanto foi banido de lá por ter matado um outro norueguês. Erik foi banido para a Islândia, onde foi reconstruindo sua vida com sua família até o ano de 980 quando, por razões desconhecidas, matou outro homem e foi banido novamente. Sem poder morar na Noruega ou na Islândia, Erik e alguns seguidores seus foram navegando durante dois anos para descobrir terras novas, e assim fizeram ao desembarcar na Groenlândia. Com a idéia de criar seu reino, independente da Noruega, Erik voltou para a Islândia para buscar novas pessoas e fundaram a cidade de Gardar e a vila de Brattahlid. Aos poucos foram chegando pessoas e a Groenlândia foi cada vez sendo mais habitada. O seu filho, Leif Eriksson, que ajudou sempre o pai, introduziu o Cristianismo na Groenlândia, apesar da forte oposição deste. Cerca do ano 1000, chega à América do Norte que batizada de Vinland, em virtude de por ver ali cepas bravas. Erik morreu no ano 1000, deixando seu filho Leif Eriksson como seu sucessor em Brattahlid .

Este texto está na Wikipédia:http://pt.wikipedia.org/wiki/Erik%2C_o_Vermelho

sábado, 17 de maio de 2008

Reclamação a CPTM

Semanas atrás efetuei minha manifestação quanto ao descontentamento em relação ao transporte público de São Paulo.

Além de um direito, é um dever do cidadão cobrar melhor qualidade pelos serviços prestados por empresas públicas e/ou privadas.

Enviei um e-mail na qual questionei tanto a CPTM, quanto a Secretaria dos Transportes do Estado de SãoPaulo.

Abaixo segue resposta da CPTM, porque apesar da reclamação ter sido feita tambem a Secretaria dos Transportes, a mesma repassou a CPTM:

"Sr. Érico
Lamentamos não atender sua expectativa em nossa mensagem anterior e sobre seus questionamentos temos a esclarecer:
* Número de carros: a circulação de trens na Linha 9 é realizada com a totalidade da frota, que é formada por composições de 03 e 04 carros, desta forma, para ampliar o número de carros somente através do acoplamento de duas composições para formação de uma. Entretanto, a CPTM está incorporando 12 novos trens ao longo desse ano, objetivando entre outros aspectos ampliar a oferta de lugares.
* Ocorrências operacionais: informamos que a manutenção da composições e sistemas é realizada regularmente, entretanto, não foi possível evitar eventos como o do dia 11/04, quando uma composição teve a viagem interrompida, os passageiros foram desembarcados na estação Cidade Jardim, potencializando a superlotação nas composições seguintes.
* Plano de ação: está em curso a avaliação de modelo operacional com viagens intermediárias entre Santo Amaro e Pinheiros, visando atender o sentido e estações com maior movimentação de passageiros, além a incorporação de novos trens e intervenções no sistema de controle operacional para possibilitar a redução do intervalo entre as viagens.

Contando com sua compreensão, permanecemos a disposição.
Atenciosamente Atendimento ao Usuário Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM"

PERGUNTA EFETUADA A SECRETARIA DOS TRANSPORTES DO ESTADO DE SÃO PAULO E A CPTM:

Reclamação de serviço Relato : Gostaria de manifestar minha insatisfação com os serviços prestrados pela CPTM, principalmente na linha 9 - Esmeralda (Osasco-Grajaú). Enviei um e-mail para empresa e a mesma me respondeu, porém considerei uma resposta evasiva, não conclusiva e que não responde as minhas perguntas. Semanalmente, com maior frequência no horário de pico, ocorrem atrasos e quebras nos trens, o que na minha opinião significa que a manutenção desta empresa é no mínimo deficiente, além dos trens só possuirem no máximo 4 vagões, sendo que poderia ser usado mais vagões nos trens, uma vez que as estações possuem espaços ociosos. Gostaria de saber o motivo desses problemas, bem como uma solução mais elucidativa, porque na minha opinião, se não soubermos as causas, nunca iremos resolver por completo os problemas. Agradeço a oportunidade da manifestação. Abaixo, segue um resumo do e-mail recebido(16/04/08) e encaminhado a CPTM: Resposta "Em atenção à sua manifestação, inicialmente apresentamos desculpas pela demora em nossa resposta, provocada por problemas de ordem interna que nos impediram de acessá-la. Informamos a notificação das áreas operacionais e de manutenção, objetivando aplicação de empenho nas ações em andamento para ampliar a disponibilidade da frota e, consequentemente, a oferta de lugares na Linha 9." Minha Pergunta: Gostaria de saber qual o motivo dos trens da linha C possuirem apenas 3 ou 4 carros, ficando uma parte da estação ociosa. Em outras linhas os trens ocupam toda a plataforma. Qual será o motivo técnico ou econômico para que isto não ocorra? Hoje dia 11/04/08, 3 trens estavam quebrados ou fora da circulação no horário de pico +/- 7:45 da manha, causando um atraso de 20 minutos entre 2 trens. A manutenção dos trens foi diminuida ou terceirizada? Constantemente (toda semana) ocorre atrasos e quebras. Isto não é um fato isolado. Vocês possuem um plano de ação?

domingo, 9 de março de 2008

Programa Backstage na KISS FM

Para o deleite de quem gosta de música pesada (heavy rock), o Programa Backstage está de volta em São Paulo e região. Depois de passar pela finada 97 FM e pela Brasil 2000 (hoje 107,3 FM), o programa volta naquele famoso horário das 22:00 as 24:00 hs de Domingo, na KISS FM - 102,1 MHz.
Eu não acreditei quando li a notícia no site Whiplash.net. Apesar de hoje termos a rádio backstage na internet passando 24 hs de Heavy Rock, não é sempre que podemos acessar a internet e escutarmos rádio.
Esse ano está começando com muitas surpresas boas e com certeza está foi uma que eu não esperava, apesar de já saber nas negociações para que acontecesse o programa.
Agora eu vou ter mudar um pouco a rotina, uma vez que neste horário eu assisto as 22:00hs - Café Filosófico na TV Cultura e as 23:00hs Manhattan Connexion na GNT. Ainda bem que posso gravar ou assistir reprises de alguns desses programas.
Bom, só posso dizer: como nos bons e velhos tempos.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Reencontros

Sempre em nossa jornada encontramos e reencontramos pessoas. Algumas são maravilhosas e outras nem tanto. Quando encontramos pessoas que nos acrescentam algo em nossa vida, devemos cultivar este tipo de relacionamento.
Acabei de reencontrar uma pessoa que me fez repensar algumas coisas. Pensei que eu era um cidadão ativo. Engano meu, estou longe disto. Muitas das pessoas que conheço estão muito mais longe de serem cidadãs ativas.
Quando deixaremos de ser passivos e lenientes?
Quando deixaremos de reclamar e fazer algo útil pela sociedade?
Será que não está claro que só teremos uma felicidade mais plena quando todas as pessoas forem felizes?
Qual foi a última vez que realmente fomos úteis e fizemos a diferença?
Não podemos ser apenas robôs, temos que pensar e agir.
Espero que eu possa pensar e agir, ser um cidadão proativo.
Ainda bem que reencontrei alguém que é proativa e me fez repensar sobre como lidamos com a vida que nos cerca.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Exemplo Islandês

Encontrei uma matéria no site: www.institutomillenium.org, uma matéria muito interessante sobre o alto IDH da Islândia e como este país cresceu muito economicamente nos últimos anos.


Este artigo foi publicado no site por: Odemiro Fonseca

Co-autoria: Hannes Gissurarson


A Islândia chamou a atenção dos brasileiros por obter o mais alto Índice de Desenvolvimento Humano (ONU) do mundo e nos permite uma reflexão sobre a intrigante questão do que é bom governo.

A Islândia era quase uma nação latino-americana no inicio dos anos 80, disfuncional como o Brasil. A inflação chegou a 100% em 1983 e o déficit público a 6% do PIB. A dívida pública explodiu. O governo era um empresário enorme, dono empresas, bancos, indústrias de pesca, agência de viagens, gráficas, telefônicas. O sistema previdenciário era terrível no déficit e na gerencia. A alíquota de imposto de renda para empresas era de 45%. E vigoravam impostos sobre altas rendas e riqueza. Existiam fundos de fomento, onde burocratas escolhiam “ganhadores” e faziam empréstimos hospitalares. Havia subsídios para muitas atividades, principalmente para a indústria pesqueira. Os subsídios levaram a um excesso de pesca e cardumes se tornaram escassos.

Mas cansados e sentindo os novos ventos, em 1991 os eleitores levaram para o governo David Oddsson e seu partido. E aconteceu na Islândia a mais consciente reforma liberal-democrata que se conhece. Reduziu-se o imposto de renda para alíquota única de 18% e foram extintos os impostos sobre altas rendas e riqueza. Foram privatizadas dezenas de empresas, os bancos e as instituições financeiras, a telefônica, as empresas de pesca. A reforma previdenciária criou fundos de capitalização. Hoje os fundos de pensão por capitalização representam 130% do PIB, a mais alta taxa dos países do OECD.

Com banco central independente a inflação caiu para 2% aa. O superávit fiscal chegou a ser 5% do PIB e a dívida começou a cair. Hoje a dívida pública líquida é zero. Nos países da OECD e no Brasil é acima de 45% do PIB.

Estabeleceu-se também um engenhoso sistema de “propriedade dos peixes”. Hoje a indústria pesqueira é privada e lucrativa, sem subsídios e responde por 70% da exportação da Islândia. Não existe mais o risco dos peixes acabarem, pois os empresários protegem seus peixes.

A carga fiscal do governo central (equivale ao nosso federal mais estadual) tem se mantido em 32% com relação ao PIB. Menor do que no Brasil. Com prosperidade e empresas lucrativas, o padrão de vida e a receita fiscal sempre subiram. Nenhum programa social foi atingido.

Os islandeses tem liberdade de escolha impensável para os brasileiros. A sindicalização é voluntária. Se um pai quer colocar o filho na escola particular, o governo dá o dinheiro que gastaria na escola pública. Não existe nada da rigidez trabalhista brasileira. A liberdade cambial é total.Com a prosperidade, o nível do desemprego é de 2%, o que torna o seguro-desemprego quase nunca usado. Criou-se uma cultura que renda se ganha com trabalho.

O milagre islandês aconteceu porque o governo saiu da frente da sociedade civil e em conseqüência surgiram milhares de empreendedores descobrindo oportunidades, inovando e pagando impostos. Foi uma mudança intelectual. Durante os anos 80, era freqüente a visita de intelectuais defensores de tais reformas. Friedman, Hayek, Buchanan eram arrozes-de-festa na Islândia e os políticos participavam das reuniões. Geir Haarde, atual primeiro ministro e ex-ministro da Fazenda, não acha que governar é gastar. Ele quer cortar mais as alíquotas dos impostos, diminuir regulamentação. Entende que tais ações aumentam as oportunidades na Islândia.

Reformas que buscam competição privada, além de prosperidade, trazem paz social e ganham eleições sem o jogo sujo que estamos vendo pelo Brasil e América Latina. Este governo islandês está no poder há 16 anos.

Dr.Hannes Gissurarson é professor de Teoria Política na Universidade da Islândia e Conselheiro do Executivo e do Banco Central daquele país.


(Publicado em O Globo em 29 de dezembro de 2007)